sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Preços de tablets, preço de eBooks

Créditos da imagem: tungphoto / FreeDigitalPhotos.net
O tablet Flyer, fabricado pela HTC, está chegando ao mercado americano. Mas ocorreu uma importante mudança: ele teve seu preço reduzido em US$ 200, após o lançamento do Kindle Fire, tablet da Amazon, cujo  preço de US$ 199.

O Flyer passou de U$ 499,00 para U$ 299,00. Um preço realmente mais camarada.

Não é o primeiro caso de repentina queda de preços. Também o tablet Playbook, da BlackBerry, teve seu preço cortado em U$ 200,00 depois do lançamento do Kindle Fire.

Isso leva à inevitável pergunta: qual a margem de lucro dessas empresas? Queremos ver essas planilhas de custos.

Vêm-nos a mente a impactante matéria do jornalista Joel Silveira Leite, do UOL, mostrando que, no caso dos automóveis brasileiros, o que chamávamos de Custo Brasil é, na verdade, Lucro Brasil. Os impostos formam uma parte menor do preço. A grande responsável pelo preço do carro em nosso país é a ganância das montadoras. Um executivo da indústria automobilística, questionado pelo jornalista, não teve pudores de dizer que, se o consumidor paga, não há motivo para reduzir preços.

Pois então, que venha o Tata, indiano e o JAC chinês. Essas duas empresas pretendem instalar fábricas no Brasil, mesmo com a exigência do Governo de que 65% dos componentes sejam fabricadas aqui, para gerar empregos no Brasil. Aliás, na China exige-se 95% de fabricação nacional, e na Índia 90%. Portanto, 65% é pouco.

E, por falar em Índia, o país já iniciou a produção do tablet Aakash, o tablet de U$ 35,00, destinado a estudantes. Chamado de "o tablet mais barato do mundo", o Aakash tem seu preço subsidiado pelo governo indiano.A empresa que o desenvolveu, a britânica DataWind, diz que o preço ficará ainda mais baixo com o aumento da produção. Um projeto piloto distribuirá gratuitamente as primeiras 100 mil unidades. Que tal um tablet assim sendo vendido no mundo todo, para forçar a baixa de preços?

O fato é que dois modelos tiveram seus preços derrubados em U$ 200,00 por pressão da concorrência do Kindle Fire. Então, quando não há oligopólios (combinação de preços entre concorrentes) o consumidor sai ganhando.

Quanto ao preço dos eBooks, o que ainda ocorre é que as editoras, grandes e pequenas, estão cobrando pelo livro digital um preço absurdo, igual ou até maior do que o livro em papel, sendo que o custo de produção de um livro digital é uma pequena fração do livro em papel.

Os consumidores, mesmo sem ter acesso às planilhas de custos, sabem muito bem que não se pode cobrar R$ 28,00 por um eBook quando a versão em papel custa R$ 31,00.

Quando é que as editoras perceberão que eBook não é livro, é outro universo?

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